Lítio, O Petróleo Português?

É importante um melhor enquadramento da sustentabilidade da exploração deste recurso em território nacional, o que não se verifica se o frenesim pela exploração de Lítio em Portugal continuar a dominar o discurso político vigente e não for devidamente avaliado de acordo com os mais rigorosos parâmetros ambientais.
03
Mai

Lítio, O Petróleo Português?

A Quercus manifesta o seu contentamento com a desistência do projeto de prospeção e pesquisa de lítio do Fojo. No entender da Quercus, é importante um melhor enquadramento da sustentabilidade da exploração deste recurso em território nacional, o que não se verifica se o frenesim pela exploração de Lítio em Portugal continuar a dominar o discurso político vigente e não for devidamente avaliado de acordo com os mais rigorosos parâmetros ambientais.

A corrida pela exploração de Lítio em Portugal leva a Quercus a alertar para a forma como se pretende substituir os combustíveis fósseis por baterias de iões de lítio, pois considera que esta não é a forma mais ecológica nem sustentável. Entre os projetos insustentáveis previstos para Portugal, está o projeto de prospeção e exploração de Lítio no Distrito de Viana do Castelo, nos limites do Parque Nacional da Peneda-Gerês, que apresenta uma ameaça real para a única Área Protegida em Portugal com esta classificação e que tanto no interior da mesma, como na sua envolvente, apresenta uma riqueza única em termos de Natureza e Biodiversidade.

É importante não esquecer, contudo, que a empresa mineira australiana “Fortescue Metals Group Exploration Pty, Ltd”, tem ainda outros pedidos de prospeção e pesquisa em Portugal que aguardam decisão. Neste sentido, a Quercus manter-se-á atenta ao progresso dos processos ainda em análise.

A Quercus adverte que se o lítio, através destes processos de exploração insustentáveis, for considerado a base para a diminuição das emissões de CO2, quando nos referimos a meios de transporte e armazenamento de energia, estar-se-á a “combater” as alterações climáticas criando novos problemas ambientais, e continuando com meios e tecnologias de exploração de recursos que são finitos. Por estas razões, a Quercus considera que a forma como se pretende substituir os combustíveis fósseis por baterias de iões de lítio é insustentável, não correspondendo às necessidades urgentes que o Planeta necessita face à gravidade das Alterações Climáticas que enfrenta, bem como, aos problemas de perda de Biodiversidade já existentes.

Caso de exploração de Lítio no Distrito de Viana do Castelo

O projeto de exploração de lítio que a empresa australiana “Fortescue Metals Group Exploration Pty, Ltd” agora retirou, previa a prospeção de depósitos de minerais (com o objetivo principal o Lítio) para um polígono com 74.764 km2, inserido nos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço e Monção.

O polígono de prospeção proposto abrangia: o território declarado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera, extensões de área de prospeção inseridas na Reserva Agrícola Nacional e na Reserva Ecológica Nacional, território classificado como Rede Natura 2000, zonas densamente povoadas, zonas de densa atividade agrícola, os Vales do rio Minho, do rio Mouro e do rio Vez (Vale Glaciar) e confina com os limites do Parque Nacional Peneda-Gerês (Áreas de Proteção Total, Parcial I e II).

Caso a autorização de prospeção, com futura exploração, tivesse sido concedida, estaríamos perante a destruição de um mosaico agro-silvo-pastoril de enorme relevância, a degradação de zonas de excelência e alvo de trabalhos de conservação da Natureza únicas no País, a destruição de habitats e ecossistemas de elevada importância de conservação, que contêm espécies ameaçadas, como é o caso do Lobo-ibérico e da Águia-real.

Também as populações envolventes seriam vítimas desta atividade, uma vez que seriam afetadas pela poluição do ar, da água e pela degradação dos solos, importantíssimos para o pastoreio e para a agricultura, principais sustentos e contributos para a fixação da população local. O turismo rural, outro fator que contribui para a fixação da população e crescimento da economia local, seria também gravemente afetado e a título de exemplo, a aldeia de Sistelo, reconhecida pelo Estado Português como Paisagem Cultural de Sistelo, veria a paisagem envolvente ser fortemente degrada, o que certamente teria consequências nas atividades económicas locais ligadas ao turismo.

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